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Saiba o que muda na UEFS com adesão ao SiSU a partir de 2019

Segundo o reitor Evandro do Nascimento, a decisão apresenta impactos benéficos para os alunos

04/03/2018 às 15h26 Atualizada em 04/03/2018 às 15h45
Por: Correio
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Seguindo a tendência das universidades públicas do país, a Universidade Estadual de Feira de Santana UEFS, aderiu ao Sistema de Seleção Unificada (SiSU) como forma de ingresso para os cursos de graduação. Na semana passada foi anunciada a mudança, que deve causar muitos impactos e o principal deles é o preenchimento completo das vagas ofertadas pelos cursos da instituição.


Segundo o reitor Evandro do Nascimento, a decisão apresenta impactos benéficos para os alunos. “Os candidatos da Bahia poderão realizar o Enem de forma mais ampla, com maior acesso. Outro benefício é que a universidade vai conseguir preencher todas as vagas em todos os cursos”, explica ele sobre 100% das vagas que serão preenchidas através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).


A nova forma de avaliação iniciará no Processo Seletivo 2019.1, que está previsto para acontecer no início do próximo ano. A mudança já vinha sendo ensaiada pela UEFS há um tempo, e possibilitará que todas as pessoas que fizerem a prova do Enem, possam aderir à universidade feirense.


Com toda essa possibilidade de ingressar ao ensino superior, aumenta o medo dos candidatos feirenses e baianos em relação à ocupação das vagas por parte de pessoas de fora da Bahia. O reitor explica que antes da decisão, esse aspecto foi estudado bastante e vários objetos foram motivos de debates. “Tomamos a experiência de outras universidades públicas da Bahia que já adotaram o SiSU que apresentaram mais de 70%, como na Universidade do Sul da Bahia, e 90%, na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, são preenchidas por alunos residentes no entorno das instituições. Então, nós acreditamos que no caso da UEFS, as vagas sejam predominantemente de Feira de Santana e do Estado da Bahia”, explica Evandro sobre esse não ser um motivo de preocupação para a população.


O magnífico conta que um dos motivos para haver a mudança do sistema, foi a presença de vagas sobrando em turmas. “A experiência de outras universidades é que o SiSU preenche as vagas ociosas. No rol de argumentos para adoção do sistema, esse fato teve um peso a ser considerado”, comenta.


Essas vagas ocorrem, geralmente, nos curso de licenciatura. Química, História, Física, Matemática, e também alguns cursos de língua estrangeira como Francês e Espanhol, são os que mais apresentam esse problema. A resolução aprovada pelo Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão diz que no momento da adesão ao SiSU, cada colegiado irá decidir a nota mínima exigida para a classificação dos candidatos. Existe distinção entre o que é nota mínima e nota de corte. A nota mínima é a nota que o aluno será classificado, já a nota de corte é o que permite que o candidato preencha uma vaga.


Evandro também afirma que caso a decisão não tenha a funcionalidade prevista, o processo poderá ser reavaliado. “A universidade vai realizar os primeiro processos seletivos pelo SiSU, e fará um monitoramento dentro das estatísticas relativas as notas mínimas, as notas de corte, a procedência geográfica dos estudantes para avaliar esse impacto da regionalização, e se percebermos que há alguma distorção, faremos as devidas revisões ao longo do tempo”, conclui.


Só na Bahia a Universidade Federal da Bahia UFBA aderiu 100% das vagas, a Universidade Estadual da Bahia UNEB que possui uma parcela das vagas, a Universidade Estadual de Santa Cruz UESC, e agora a UEFS que também vai aderir 100%.


TODOS OS CURSOS


O último vestibular da UEFS, previsto para o mês de junho de 2018, vai acontecer como todos os anos. “Haverá vagas em todos os cursos, inclusive vai ter a seleção de Medicina, que só ocorre no meio do ano, assim como Farmácia e Música. Esse será o último vestibular de Medicina no formato que as pessoas já conhecem. Os vestibulares que tem o curso de Medicina, sempre apresentam em torno de 10 à 11 mil candidatos, então a expectativa é que isso permaneça”, explica o reitor Evandro.


Evandro afirma que as provas acontecerão como sempre ocorreu nos processos seletivos. “A partir de 2019.1 é que tem a entrada pelo processo de matrícula em fevereiro, a seleção vai ser realizada através da nota do Enem dos candidatos e da participação no sistema SiSU. 100% das vagas de todos os cursos já serão preenchidas através do SiSU”, conta.


É importante destacar que o sistema de cotas da UEFS permanecerá o mesmo. As notas serão objeto de inscrição dos alunos de forma que os não-cotistas só venha a concorrer com não-cotistas. Continuarão também as vagas para indígenas e quilombolas, duas em cada curso.


Professores e alunos começam a se adaptar a rotina de ensino


Professores e alunos já começaram a se preparar para a ampla concorrência e mudanças nos conteúdos ensinados, procurando melhorar seus desempenhos. O professor de História, Matheus Felipe, acredita que essa iniciativa vai mudar a rotina de estudo dos alunos feirenses, já que irá atrair maior concorrência para eles. “Vai mudar tudo, e acredito que para melhor. Claro que vai ter mais concorrência, pois irá atrair maior quantidade de alunos. Pessoas que até então não pensariam em se locomover para Feira de Santana e prestar vestibular, vão se interessar; vai incentivar pessoas de classes econômicas diversas a terem a mesma oportunidade; além do uso mais expressivo das cotas, que é uma funcionalidade pública a ser feita”, diz.


Após ser anunciada a mudança da forma de ingresso das universidades, os professores dos cursinhos feirenses já começaram a se ajustar. Para o também professor de História, Marcelo Mascarenhas, essa mudança não será boa. Segundo ele, a prova de Humanas terá mudanças: ela irá se tornar menos regional e mais nacional. “Como professor de História, a grande transformação é que se tem agora uma prova nacional. A prova estadual é diferente, onde poderia aparecer uma questão específica da Bahia como, a Guerra do Recôncavo, que ocorreu depois da criação de Salvador, e isso poderia aparecer como uma questão do Prosel da UEFS. Porém, na prova do Enem, não vai aparecer, por ser uma questão de história local. A disciplina História perde por conta dessas questões”, se justifica.


Já Danilo Santiago, professor de Redação e Linguagens fala que a mudança deve assustar pela ampla oportunidade. “É uma mudança que, por mais que seja esperada, assusta os alunos, sobretudo, porque vão ser disponibilizadas vagas do SiSU para todo o país. Mudanças radicais eu acredito que não terá, mas a gente certamente vai poder direcionar mais o nosso programa. A prova do Enem tem algumas particularidades, um exemplo disso é a disciplina que eu leciono, redação, o Enem sempre cobra um texto dissertativo argumentativo e os vestibulares tradicionais às vezes passeavam nas tipologias textuais. Eu acredito que isso será mais positivo”, diz.


Para o professor de Matemática, Eliseu Godoy, as mudanças na área de exatas são as mais expressivas. “As questões do Enem são contextualizadas, e a matemática não está acostumada. A prova da UEFS era matemática pura e aplicada. Agora, com a mudança, vai haver uma aplicação diferente. Ela vai mostrar onde a matéria vai ser aplicada no dia a dia. E nesse sentido é positivo, por que isso é educar, e acaba trazendo assuntos que são mais importantes, como conta básica, porcentagem, funções, estatística, assuntos com uma maior aplicabilidade no cotidiano. O que complica é que se o aluno já tinha dificuldade na matemática e de interpretação, isso vai ser um fator agravante. Vamos ter que fazer uma adaptação, principalmente relacionado à interpretação”, desabafa. 

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