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Disfunção leve da tireoide afeta uma em cada cinco mulheres com histórico de aborto ou subfertilidade

Detectar anormalidades antes da concepção pode melhorar os resultados da gravidez

30/07/2020 às 15h36
Por: Wesley Gomes Fonte: Acorda Cidade
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Reprodução
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Anormalidades leves da tireoide afetam uma em cada cinco mulheres com histórico de aborto ou subfertilidade, que é um período prolongado de tentativa de engravidar, de acordo com um novo estudo publicado no Journal of Clinical Endocrinology & Metabolism da Sociedade Endócrina dos Estados Unidos.

Os distúrbios da tireoide são comuns em mulheres em idade reprodutiva. Embora a prevalência de distúrbios da tireoide na gravidez seja bem compreendida, pouco se sabe sobre o quão comum são esses distúrbios antes da gravidez. A detecção de distúrbios da tireoide antes de uma mulher engravidar é essencial. Isto porque as anormalidades da tireoide podem ter efeitos negativos, como fertilidade reduzida, aborto espontâneo e parto prematuro.

Segundo pesquisadores, este estudo descobriu que anormalidades leves da tireoide afetam uma em cada cinco mulheres que têm histórico de aborto ou subfertilidade e estão tentando engravidar. Para eles, é importante estabelecer se o tratamento de anormalidades leves da tireoide pode melhorar os resultados da gravidez, dada a alta proporção de mulheres que podem ser potencialmente afetadas.

Este estudo foi realizado em 49 hospitais no Reino Unido por cinco anos. Os pesquisadores estudaram mais de 19.000 mulheres com histórico de aborto espontâneo ou subfertilidade que foram testadas para a função da tireoide. Eles descobriram que uma em cada cinco mulheres apresentava disfunção tireoidiana leve, especialmente aquelas com IMC elevado e de etnia asiática, mas a doença evidente da tireoide era rara. Mulheres que sofreram abortos múltiplos não tiveram mais probabilidade de apresentar anormalidades da tireoide em comparação a mulheres que conceberam naturalmente com histórico de um aborto espontâneo.

"Este estudo vem confirmar o que já pensávamos sobre o tema. Calcula-se que de 4% a 8,5% da população tenham problemas de tireoide sem sintomas aparentes. Nas pacientes inférteis, essa prevalência pode ser ainda maior. Para aquelas em idade reprodutiva, as perturbações menstruais, a infertilidade e o aborto espontâneo podem ser o primeiro sinal de que algo está errado", afirma o especialista em ginecologia e obstetrícia Arnaldo Cambiaghi, com certificado de atuação na área de reprodução assistida, e responsável técnico do Centro de Reprodução Humana do IPGO.

"Entre as várias ameaças que os distúrbios da tireoide provocam, a infertilidade é, indiscutivelmente, a mais fácil de identificar e tratar. Com um pouco de atenção por parte do médico, as mulheres com funcionamento deficiente ou excessivo dessa glândula, podem ter seus problemas corrigidos, evitando a infertilidade e as falhas dos tratamentos de fertilização, obtendo gestações normais e bebês saudáveis", completa o médico.

Cambiaghi lembra que, dependendo da gravidade do desequilíbrio, os sintomas podem ser tão leves que a condição não é reconhecida por muitos anos. Os anticorpos antitireoidianos, como o anti-tireoperoxidase (ou anti-TPO) e o antitireoglobulina (ou anti-TG), encontram-se aumentados em de 5% a 18% das mulheres em fase reprodutiva e podem aumentar os riscos de abortos e complicações obstétricas.

Diagnóstico

Distúrbios da tireoide são facilmente detectados por exames de sangue simples, que medem os níveis dos hormônios da tireoide T4 (tiroxina) e TSH (hormônio estimulador da tireoide). O TSH funciona como um termostato e é produzido pela glândula hipófise para regular a função da tireoide. "Os níveis desse hormônio podem se tornar muito altos, de acordo com a resposta da hipófise em compensar a redução dos hormônios da tireoide. Juntos, esses resultados definem se a glândula está funcionando normalmente ou não", diz o médico. Outros exames de sangue verificam a presença de anticorpos antitireoides. Altos níveis desses anticorpos são típicos de uma doença chamada Tireoidite de Hashimoto, que pode resultar em hipotireoidismo. A Tireoidite de Hashimoto é classificada como uma doença autoimune, porque o corpo se volta contra si, formando anticorpos que atacam as células da tireoide e diminuem a produção de hormônio da mesma. A glândula em si pode compensar, tornando-se aumentada.

Tratamento

O tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição oral do hormônio tiroxina (T4), uma vez ao dia, preferencialmente pela manhã e em jejum. A dosagem deve ser individualizada, sendo importante o controle periódico para que seja ajustada sempre que necessário.

Hipertireoidismo

No hipertireoidismo a glândula tireoide torna-se hiperativa e o metabolismo do corpo funciona muito rápido. Sinais de hipertireoidismo incluem evacuações mais frequentes, perda de peso, ciclos irregulares, aumento do apetite, insônia, nervosismo, intolerância ao calor, tremores nas mãos e palpitações cardíacas. Uma causa comum de hipertireoidismo é a Doença de Graves, uma doença autoimune, que tende a ser adquirida de forma familiar e afeta a glândula tireoide inteira.

Outra causa de uma tireoide hiperativa são os chamados "nódulos quentes", que podem se formar sobre a glândula. Nesse caso, a maior parte da glândula continua a funcionar normalmente, mas o nódulo contém células que produzem muito do hormônio T4.

"Seja qual for a causa do hipertireoidismo, o resultado é que a condição pode, por vezes, impedir a ovulação e causar infertilidade. Mas o maior problema é que uma mulher com hipertireoidismo não pode conceber, pois seu metabolismo pode estar tão fora de equilíbrio que pode causar o óbito fetal intraútero ou aborto espontâneo", afirma Cambiaghi. Além dos exames de sangue, um ultrassom de tireoide pode ser necessário para se fechar o diagnóstico.

Tratamento

Tratamentos são projetados para diminuir a secreção de hormônios da tireoide. Isso pode ser feito com drogas antitireoidianas ou com iodo radioativo, que, essencialmente, mata parte da glândula para diminuir sua produção hormonal. Iodo radioativo não pode ser usado em mulheres que já estão grávidas e deve haver um período de pelo menos seis meses de espera após o tratamento antes de tentar engravidar.

 

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